Textos e reflexões sobre SIG e Geoprocessamento

Definições e conceitos: Sistema de Informações Geográficas

Funções de um SIG ,conforme Fitz, (2010). Fonte: Adaptado de Fitz, (2010).

As técnicas de geoprocessamento necessitam de um ferramental tecnológico adequado para realização de suas funções. Desse modo, emerge o vocábulo Sistema de Informações Geográficas – SIG o qual vem sendo entendido, vez por outra, apenas como o software para uso em geoprocessamento. Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) adquiriram espaço significativo na análise espacial. Uma de suas características corresponde a possibilidade de atualização dos produtos cartográficos de modo rápido e prático, permitindo melhor compreensão dos fenômenos espaciais (ROSA, 2005; FONSECA; SILVA; SENNA, 2018).

Assim sendo, observar mudanças espaciais ao longo de certo período de tempo, transformou-se em tarefa elementar após o advento do SIG. De acordo com Fitz, (2010) o termo é a tradução do inglês Geographic Information System – GIS, que vem sendo traduzido no plural como, Sistemas de Informações Geográficas, e também no singular, Sistema de Informação Geográfica.

No entanto, nesse trabalho utilizamos o mesmo raciocínio de Fitz, (2010) que menciona a terminologia Sistema de Informações Geográficas. Afirma o autor que se trata de um sistema computacional que trabalha com inúmeras informações geográficas. A seguir é apresentado um diagrama que corresponde à algumas funções de um SIG conforme Fitz, (2010).

Funções de um SIG ,conforme Fitz, (2010). Fonte: Adaptado de Fitz, (2010).

O autor mencionado reconhece a multiplicidade de funções que a literatura atribui ao uso dos SIGs, no entanto, destacam – se aquelas relacionadas no referido diagrama. Entendendo que as funções de um SIG estão vinculadas a estrutura do sistema e, visa atender a necessidade específica de cada usuário.

Para Rosa, (2009 p. 254) “Existem várias definições para SIG ou GIS. No entanto, a idéia básica consiste em tecnologias para aquisição, armazenamento, gerenciamento, análise e exibição de dados espaciais”. O autor acrescenta a esse conceito as pessoas envolvidas no processo de tratamento dos dados espaciais, ou seja, os recursos humanos ou peopleware.

Segundo Câmara e Medeiros, (1998) um SIG armazena os dados georreferenciados, ou seja, amarrados à superfície terrestre e representados em uma projeção cartográfica. Vez que esses dados possuem uma diversidade de fontes geradoras e de formatos apresentados. O referido sistema possui a vantagem de permitir o desenvolvimento de análise integrada das variáveis ambientais que, por sua vez, possibilita a interdisciplinaridade.

Mediante a crescente gama de aplicações de SIG se destacam três grandes maneiras de utilizar essa tecnologia: primeiro como ferramenta para produzir mapas; segundo como suporte para análise espacial de fenômenos e, terceiro como um banco de dados geográficos com funções de armazenamento e recuperação de informação espacial (CÂMARA e MEDEIROS, 1998).


Exemplo de dados vetoriais manipulados em ambiente SIGFonte: Elaborado por Fonseca, 2021

Existem duas interpretações de SIG que dependem diretamente do ponto de vista do usuário. A primeira faz menção aos softwares específicos, como por exemplo o Idrisi, ArcGIS, Spring ou QGIS. Enquanto a segunda interpretação encara SIG como uma estrutura aplicada para uma finalidade específica (ROSA, 2009; FITZ, 2010; FONSECA, 2017). Nesse caso, o SIG de uma cidade onde o usuário poderá extrair informações via rede mundial de computadores (internet) a respeito dos vários aspectos urbanos (ou de outra natureza) daquela unidade administrativa.

A indagação permanece e está, neste momento, longe de um consenso entre os usuários de SIG. Silva (2012) apresenta um conjunto de definições desta técnica (ou ciência); vale a pena verificar.

Penso que a definição de Rosa (2009) é consistente, e, não vejo razão para objetá-la; o SIG compreende a estrutura, abarcando: usuário profissional (aquele que trabalha elaborando os mapas, gerando arquivo vetorial com base em dados de pesquisas e análises e disponibilizando esse resultado), a base material, instrumentos tais como mesa digitalizadora, scanners, computadores e demais componentes, a informação espacial e o usuário leigo (este, aqui se trata de qualquer indivíduo que deseje obter informação espacial para o fim que lhe convém – planejadores, reitores de universidade, chefes de departamentos, secretários municipais etc.).


Referências

CÂMARA, G.; MEDEIROS, J. S. Geoprocessamento para projetos ambientais. 2º edição, (Revisada e ampliada). São José dos Campos/SP: INPE – Instituto Nacional de Pesquisas espaciais, 1998

FITZ, P. R. Geoprocessamento sem complicação. Oficina de Textos. São Paulo, 2010.

FONSECA, S. F. Geoprocessamento aplicado no ensino médio como suporte para interdisciplinaridade. RAEGA - Espaço Geográfico em Análise, v. 42, p. 165-178, 2017.

FONSECA, S. F.; SILVA, A. C.; SENNA, J. A. Identificação de usos da terra no entorno de turfeiras em Datas/Minas Gerais. Geografia Ensino & Pesquisa (UFSM), p. 10-21, 2018.

ROSA, R. Geotecnologias na Geografia Aplicada. Revista do Departamento de Geografia, 16, pp. 81-90. 2005.

SILVA, A. B. Sistemas de Informações Georeferenciadas, 236 p. Ed. Unicamp. 2ª reimpressão. São Paulo (SP). 2012

Mais detalhes sobre SIG e Geoprocessamento, bem como, tutoriais para trabalhar com o QGIS, podem ser encontrados nos livros abaixo.